sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Tudo Por Amor (Parte 12)

A história e os nomes apresentados aqui são de origem fictícia, qualquer semelhança é mera coincidência.

Claudia começa o tratamento, no início tudo parece difícil, mas com o tempo ela se acostuma. Lúcio agora mora junto com elas, ele é quem cuida das despesas da casa e da Laurinha. 
Num domingo ensolarado, a família se reúne para um pique nique no parque dos Laranjais, o qual fica próximo da residência deles. Claudia sentada na grama, vê sua filha correndo sorridente com os bracinhos abertos, imitando um passarinho, isso enche seu coração de agrado.
- Mamãe vem correr comigo - diz Laura.
- A mamãe está um pouco indisposta querida!
- Deixa que eu o tio corre com você - diz Lúcio se levantando e indo até a pequena.
- Meu medo é não poder ver minha filha crescer mãe! - relata Claudia desanimada.
- Filha, combinamos de ser fortes, lute pela sua filha. E pare de pensar que você vai morrer!
- Eu poderia ser feliz, mas me vejo num barco que navega pela tristeza. O bom é que eu não passei a doença para vocês! Sou um corpo sujo mãe, e nada pode mudar isso.
- Claudia, vamos mudar a proza, o dia está lindo, o sol brilha, vamos contemplar essa alegria que a natureza nos passa.
- Não aguento ver o Lúcio bancando tudo, com a AIDS agora que eu não arranjo emprego! Não é justo.
- Não é justo, você ficar ai atolada em problemas, os quais estamos conseguindo resolver graças a Deus, e estragar o nosso pique nique - ressalta Isabella.
Claudia se levanta.
- Desculpa mãe, eu só tenho pensado em mim ultimamente! Vou ver os patos do lago.
- Isso vá se distrair, viva Claudia, viva!
- Laura, vamos ver os patos com a mamãe? - pergunta ela a menina.
- Quero não mamãe, brincar com o tio Lúcio está tão legal.
- Bom então vou eu sozinha.
Ao se virar para caminhar, Claudia pisa em falso e cai. Bate o braço numa pedra e se corta. Isabella acode a filha.
- Claudia...
- Não encosta em mim mãe! - grita ela.
Lúcio e Laura vem ao encontro delas.
- O que houve?
- Mamãe! - se assusta a menina.
- Lúcio tira a Laura daqui, eu me cortei - grita Claudia.
Ele pega a menina no colo, Laura começa a chorar.
- Não precisa ser grossa com a gente, só queremos te ajudar.
- Eu me cortei, ninguém põe a mão em mim, pode ser letal o contato do meu sangue com vocês! - diz Claudia se levantando, ela caminha para o banheiro público. Lá ela lava o corte e chora.
- Droga! droga! - diz ela a si mesma.



Autora: Ana Paula Catarino
(Continua...)