A história e os nomes apresentados aqui são de origem fictícia, qualquer semelhança é mera coincidência.
- Crianças vocês por aqui, diz Gustavo.
- Viemos te ver tio, diz uma menina.
Um garoto o olha, e o observa por uns instantes depois pergunta com inocência.
- O senhor vai morrer?
Luiza é quem responde ao garoto.
- Não, ele não vai. o tio só está um pouco fraco.
- Quando você volta para brincar com a gente?, pergunta outro menino.
- Em breve meus amores, diz Gustavo sorrindo.
- Crianças soltem as bexigas, e deem um abraço bem apertado no tio, diz Luiza.
E assim eles fazem, as bexigas ficam todas no teto do quarto.
- Agora vamos, o tio precisa descansar, digam tchau para ele.
Todas dizem juntas.
- Tchau tio Gustavo!
- Tchau queridos.
- Eu vou leva-los de volta, e depois venho aqui, diz Luiza.
Na porta está Omero, que admira tudo.
- Olá doutor Omero, bom dia, diz Luiza surpresa ao vê-lo.
- Bom dia, visita animada e colorida essa.
- Pro senhor ver, o quanto eles amam seu filho, deixa eu leva-los e já volto aqui.
Ao voltar no quarto de Gustavo, Luiza se depara com Carlos, e logo imagina que as coisas não estão bem.
- Oi Luiza, diz Carlos.
- Olá Carlos, aconteceu alguma coisa?, pergunta ela.
- Aconteceu, a doença de Gustavo não está mais reagindo ao tratamento.
- Engraçado, agora há pouco um menino me perguntou se eu iria morrer, antes eu nem pensava nisso, mas agora acho que és chegada a minha hora, diz Gustavo desanimado.
- E a medula, até agora nada?, pergunta Luiza
- Nada, está difícil arranjar um doador, relata Omero cabisbaixo.
- Não podemos perder as esperanças, diz Carlos.
- Vamos encontrar alguém, ressalta Luiza.
- Agora é preciso urgência, diz Omero.
- Só sei que tudo que me der vontade de fazer, eu irei fazer, diz Gustavo.
- Filho você precisa repousar.
- Pai, eu quero viver o quanto eu posso, e ainda me resta.
Omero reluta, mas ele sabe que se não for encontrada uma medula, Gustavo pode vir a falecer.
- Está bem, seja feita a sua vontade, diz Omero.
Ele se retira do quarto, Luiza vai atrás dele e vê que Omero chora, ela dá um abraço nele tentando conforta-lo.
- Não fica assim, tudo vai dar certo, diz Luiza.
- Eu estou perdendo o meu filho Luiza, meu único filho.
- Sei que é difícil mas temos que manter a calma.
- Já perdi minha mulher, agora perderei meu filho, diz ele desesperado.
Com as mãos sobre os ombros dele ela diz.
- Nós não vamos perder ele, confie.
Autora: Ana Paula Catarino
(Continua...)