A história e os nomes apresentados aqui são de origem fictícia, qualquer semelhança é mera coincidência.
- Calma amor, eu sei que é ruim mais nós médicos temos que nos acostumar com as perdas.
- A Luiza tem razão Gustavo, eu já passei por isso tantas vezes, relata Carlos.
- Ele só tinha quinze anos!
Carlos deixa os dois as sós, Gustavo fica abraçado a Luiza por um bom tempo, depois eles vão até a lanchonete do hospital.
- Por favor garçom, diz Luiza levantando o braço.
O garçom vem até a mesa que se encontram os dois.
- Pois não?, diz ele.
- Você pode me trazer dois sucos de laranja gelado, e dois sanduíches de muçarela com presunto.
- Eu só quero o suco, diz Gustavo desanimado.
- Traz os dos lanches por favor! Afirma Luiza.
O garçom anota tudo e sai.
- Estou sem fome Luiza.
- Você precisa comer, não se esqueça de tudo que você já passou à um tempo atrás.
- Eu sei o que passei, mais estou sem apetite, hoje cheguei a uma conclusão.
O garçom traz os pedidos e os ajeita na mesa, em seguida ele sai, Luiza toma um pouco do suco.
- Que conclusão? Pergunta ela mordendo o lanche.
- Eu não sirvo para ser médico.
Luiza limpa a boca com um guardanapo.
- Você serve sim Gustavo, você cativa as pessoas e elas gostam de você.
- Eu não vou suportar ver elas morrerem.
- Amor, todos nós vamos morrer um dia, e sei como é difícil ver alguém partir, ainda mais quando nos apegamos a tal pessoa, e quem parti por causa do Ca é pior ainda, eu sei bem porque quando meu irmão morreu eu fiquei assim sem rumo igual a você.
- Eu não quero estar ao lado da morte, pois eu já estive cara a cara com ela e não gostei nadinha.
- Você pode fazer a pediatria comum.
- Eu não estou preparado para isso, quando eu estava doente me questionava muito se iria clinicar, e hoje sei que não darei conta de ser médico.
- Você vai abandonar tudo?
- Eu vou Luiza, posso até vir aqui uma ou duas vezes por semana para alegrar às crianças e ajudar você, mais não quero mais criar vínculos.
- Gustavo você já criou vínculos, aquelas crianças gostam de você, e você prometeu ajuda-las.
- Eu sinto muito, mais não dá.
Autora: Ana Paula Catarino
(Continua...)
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